Em entrevista à RTP, o ministro das Finanças explicou que esta hipótese seria «inexequível», pois envolveria o pagamento de indemnizações para «milhares de rescisões amigáveis».
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O ministro das Finanças considerou, na segunda-feira, que a alternativa aos cortes nos subsídios de férias e Natal era o despedimento de 50 a cem mil funcionários públicos, hipótese esta que nem sequer seria viável por causa dos pagamentos de indemnizações.
Em entrevista à RTP, Vítor Gaspar lembrou que «não há possibilidades de fazer rescisões amigáveis com o tipo de dimensão para resolver um problema deste tipo», pois «estaríamos a falar em milhares de rescisões amigáveis».
«Isso é simplesmente inexequível. Estamos a falar de números enormes e seriam certamente números muito chocantes. Um número do tipo cem mil não seria completamente descabido, entre 50 e cem mil», acrescentou.
O titular da pasta das Finanças recordou ainda que «para haver uma rescisão amigável é necessário pagar compensações e portanto o efeito imediato não existiria», daí que «no imediato, uma rescisão amigável pode custar mais do que manter um trabalhador no activo».
Vítor Gaspar explicou ainda que não pretende renegociar a dívida portuguesa e sublinhou a importância de cumprir o acordo com a troika para que o país consiga obter financiamento nos mercados internacionais.
«Os limites para o défice e para a dívida são condições de continuidade do nosso financiamento externo. A interrupção abrupta desse financiamento externo conduziria a uma catástrofe», recordou.
Para Vítor Gaspar, «precisamos de financiar bens essenciais para o funcionamento da nossa economia e garantir a continuidade do serviço público».
«A interrupção do acesso a esses bens e serviços básicos e serviços públicos seria a verdadeira catástrofe», reiterou.