Cavaco defende descida de TSU se aumentar «inequivocamente» produção de bens para exportação
O Presidente da República defendeu que só se poderá reduzir a Taxa Social Única (TSU) se daí resultar «inequivocamente» o aumento da produção de bens que concorrem com a produção estrangeira.
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«Portugal só pode fazer uma descida da Taxa Social Única, que terá que ser acompanhada de forma compensadora com alguma subida da taxa média do IVA, se daí resultar inequivocamente um aumento da produção de bens que concorrem com a produção estrangeira, aumentando as exportações e diminuindo as importações e se daí não resultar um impacto recessivo sobre a economia», afirmou o chefe de Estado.
Cavaco Silva, que falava aos jornalistas no final de um almoço na ilha Graciosa, sublinhou, contudo, que pensa ser «quase impossível» que essas condições sejam preenchidas se for realizada uma redução generalizada da Taxa Social Única.
Na terça-feira à noite, numa entrevista à RTP, o primeiro-ministro adiantou que a redução da TSU vai ter «de ser financiada com a reestruturação do IVA», admitindo que a eliminação da taxa intermédia desse imposto «é uma possibilidade».
Interrogado sobre a posição defendida por especialistas de que a redução do número de dias de férias dos portugueses ou o aumento das horas de trabalho poderia evitar a necessidade de mais medidas de austeridade, o Presidente da República remeteu para um decreto que elaborou enquanto primeiro-ministro em 1992.