Um dia depois do anúncio da saída limpa para o programa de assistência português, o presidente do Eurogrupo assinalou, contudo, que não vê margem para o alívio da austeridade.
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O presidente do Eurogrupo destacou o caminho de mudanças feito por Portugal e as perspetivas para o futuro, isto um dia depois de o primeiro-ministro português ter anunciado uma saída limpa para o programa de assistência financeira.
«Penso que as condições de mercado são muito boas e Portugal tem vindo a fazer muito bem o reajustamento e a mudar a estrutura da economia e do lado orçamental», frisou Jeroen Dijsselbloem, à entrada para uma reunião de ministros das Finanças da Zona Euro.
Para Dijsselbloem, que disse conseguir perceber o otimismo do Governo de Pedro Passos Coelho, Portugal fez um «muito bom trabalho e o cenário melhorou muito nos últimos dois anos».
Apesar disto, o presidente do Eurogrupo defendeu o compromisso com as obrigações assumidas com Portugal e não vê margem para o alívio da austeridade.
«Manter um bom orçamento é uma questão permanente. Os tempo de austeridade mais dura penso que já ficaram para trás, mas isso não significa que se possa começar a gastar dinheiro», explicou.
Dijsselbloem, que diz que o Governo português tomou a decisão ao preferir a saída do programa de assistência, frisou ainda que «ter controlo sobre o orçamento é uma responsabilidade permanente de todos os nossos países».
Sobre os compromissos políticos em Portugal, o presidente do Eurogrupo disse que sem estes «é difícil avançar com modernizações e mudanças nas economias e na forma como o governo trabalha».
«São decisões difíceis quer para Portugal quer para todos os outros países, mas para Portugal é crucial. É preciso juntar à confiança que já juntaram nos mercados outros passos adicionais: um compromisso do Governo», sublinhou.