No seu espaço semanal de comentário na RTP, este ex-primeiro-ministro frisou, no entanto, que o anúncio da saída do programa de assistência sem linha cautelar «é uma floresta de enganos e ilusões».
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José Sócrates congratulou-se pela decisão do Governo em fazer com que Portugal saia do programa de assistência sem linha cautelar, uma vez que «é melhor viver sem programa do que com programa».
No seu espaço semanal de comentário na RTP, o antigo primeiro-ministro lembrou que «sempre defendeu que Portugal nunca devia ter pedido ajuda externa» e que, por isso, fica satisfeito por ver Portugal «sem troika».
Contudo, Sócrates considerou que «esta declaração do primeiro-ministro é uma floresta de enganos e ilusões», uma vez que só «regressamos aos mercados, porque as taxas de juro estão em mínimos históricos».
Ao considerar que este regresso aos mercados nada tem a ver com ação do Governo, Sócrates disse que «isto deve-se à ação do Banco Central Europeu, que assumiu uma posição de garante de último recurso relativamente às dívidas soberanas».
Há agora também «mais liquidez nos mercados, que se estão a desviar dos mercados emergentes e a concentrar-se na Europa», concluiu.