O fundador do CDS Freitas do Amaral disse ontem à noite, em entrevista à TVI24, que não tem dúvidas que o estudo do FMI foi uma encomenda do Governo.
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«É óbvio que o Governo disse "Nós queremos isto, fundamentem, ajudem-nos a fundamentar isto". Portanto, isso tira muito valor ao relatório, aquilo não é um exame objectivo e imparcial da situação portuguesa, é um frete feito ao Governo», declarou Freitas do Amaral, esta terça-feira à noite em entrevista à TVI24.
O fundador do CDS-PP e antigo ministro de José Sócrates disse ainda que está cada vez mais convencido de que o Governo não tem como cumprir a legislatura até ao fim.
Freitas do Amaral estima mesmo que algures em 2013 o Executivo vai cair porque o ano vai ser o mais complicado desde o PREC.
«O ano de 2013 só tem comparação em dificuldades e perigos de 1975», declarou.
Freitas do Amaral disse ainda acreditar que o Presidente da República possa dissolver a Assembleia da República se a situação social se agravar em Portugal.
«Se houver uma situação social grave», Freitas do Amaral vê Cavaco Silva a preferir «devolver a palavra ao povo» por via de eleições.
Sobre o Governo liderado por Pedro Passos Coelho, Freitas do Amaral diz acreditar que coligação entre PSD e CDS-PP «já não é um casamento de amor, é um casamento de conveniência».
No que refere a uma remodelação do executivo, o fundador do CDS sublinha que o ministro Miguel Relvas já devia ter saído «há muito tempo por razões éticas» e o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, deveria ser substituído por alguém «mais humanista, mais sensível aos problemas sociais».
Apesar da atual situação do país e do momento presente do Governo, Freitas do Amaral advertiu contudo que o PS «não está preparado» para governar agora, mas «era bom que estivesse na altura em que isso» possa vir a suceder.