O FMI avisou os Estados Unidos de que sofrerão um «choque severo» se os limites de endividamento não aumentarem, e apelou a uma redução gradual da despesa pública.
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«O limite de endividamento federal deve ser rapidamente aumentado para evitar um choque severo para a economia americana e para os mercados financeiros mundiais», considerou o FMI no seu relatório anual sobre a economia americana.
A administração do Presidente Obama e os principais legisladores americanos não conseguiram chegar a acordo para evitar que os Estados Unidos entrem em incumprimento em 02 de Agosto, com os mercados a recear que o impasse afecte todo o mundo.
O Chefe de Gabinete de Obama, William Daley, já alertou para o que serão os próximos «dias cheios de stress» para os americanos e para os mercados mundiais.
O Estado americano atingiu a 16 de Maio os limites de endividamento, mas tem utilizado ajustamentos na despesa e na contabilidade publica, bem como receitas fiscais acima do esperado, para continuar a operar normalmente, mas a situação, segundo a Casa Branca, só se poderá manter até 02 de Agosto.
O FMI fez, no relatório anual, reparos quanto aos planos do governo americano e da maioria republicana na Câmara dos Representantes para reduzir o défice nas contas públicas, defendendo uma redução gradual.
O fundo prevê uma dívida pública americana de 99 por cento do produto interno bruto em 2011 e de 103 por cento em 2012, contra as previsões que o FMI tinha, em Junho, de 98,3 por cento e 102, 3 por cento, respectivamente.
Os economistas do FMI recomendam assim que «os planos de redução de dívida incluam tantas medidas concretas quanto possível, e sublinharam que é essencial que exista uma exposição clara dos objectivos orçamentais a médio prazo, apoiados pelo Congresso».