
Maria Luís Albuquerque
O défice de 5% acordado com a troika depende em larga medida da concessão da ANA, sendo que o Eurostat ainda não deu resposta. Por isso, o Governo não garante que a meta seja atingida.
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«Ainda não há uma resposta. Nós enviámos toda a informação ao Eurostat, falta enviar a informação que resulta da decisão do Conselho de Ministros de hoje. Não posso garantir, nem de forma equívoca nem inequívoca, qual será o resultado em termos de défice final», explicou a secretária de Estado do Tesouro.
Uma incerteza que dura já há algum tempo e que não foi desfeita, apesar do resultado da privatização da gestora dos aeroportos nacionais. São quase 3100 milhões de euros a entrar nos cofres do Estado.
Destes, 700 servem para liquidar a dívida da empresa, 1200 para pagar a concessão e o restante é que poderá abater no défice se o Eurostat conceder.
No entanto, o Governo garante que o critério principal nem foi o financeiro, com Maria Luís Albuquerque a sublinhar que o país teve a sorte de a Vinci ter apresentado uma proposta que foi, ao mesmo tempo, a que tinha o valor mais alto e a mais interessante do ponto de vista estratégico.
Com este encaixe de quase 3100 milhões de euros, a receita do programa de privatizações já vai nos 6400 milhões, muito acima dos 5500 acordados com a troika. Isto quando falta ainda privatizar várias empresas: os CTT e a CP Carga são os próximos da lista.