Greve geral. Ministra espera que "cumprimento dos serviços mínimos torne desnecessária qualquer requisição civil"

Maria do Rosário Palma Ramalho, ministra do Trabalho
Foto: António Pedro Santos/Lusa (arquivo)
A ministra do Trabalho refere que não está previsto, neste momento, que haja uma requisição civil e afirma que "as pessoas estão cansadas de greves marcadas por razões políticas"
A ministra do Trabalho não afasta, para já, a possibilidade de uma requisição civil na greve geral marcada para o dia 11 de dezembro. Questionada, esta tarde, em Bruxelas, sobre uma eventual requisição civil nos transportes públicos e na aviação, Maria do Rosário Ramalho diz esperar que não seja preciso chegar a esse ponto.
"Não prevemos neste momento que haja requisição civil, não podemos prever a priori, isso não é possível no nosso ordenamento jurídico", afirma a governante, esperando que o cumprimento dos serviços mínimos "torne desnecessária qualquer requisição civil".
Questionada sobre as declarações do secretário-geral da UGT, que considerou que a ministra é uma técnica e que "não tem jeito" para criar um ambiente negocial, Maria do Rosário Ramalho garante que não se sente melindrada por essas palavras. A governante acrescenta que já é tempo de acabar com o excesso de política nas questões do trabalho.
"Estas matérias ganham em ser tratadas do ponto de vista técnico, porque o que está em questão é termos relações de trabalho que satisfaçam mais os trabalhadores, que aumentem os seus direitos e garantias, mas que também permitam às empresas prosseguir o seu papel. É pena que, quando olhamos para estas matérias, pensemos de uma forma só política, já estamos todos um bocadinho cansados de greves marcadas por razões políticas, como é o caso desta", sublinha, rejeitando que a proposta do Governo seja fechada e que não possa acolher contributos de todos os parceiros sociais, incluindo a central sindical.
"Todas as soluções que estão propostas são propostas [...], há, com certeza, como sempre houve, um caminho para nos encontrarmos, com compromissos de parte a parte", sustenta.
A CGTP e a UGT decidiram convocar uma greve geral para 11 de dezembro, em resposta ao anteprojeto de lei da reforma da legislação laboral, apresentado pelo Governo.