O apelo é do antigo secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, que caracterizou, no Parlamento, as empresas do setor energético como «autênticos gigantes do poder económico».
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As empresas do sector da eletricidade têm os bolsos recheados e assim controlam tudo o que podem. O argumento é de Henrique Gomes, que avisou, no entanto, que isso não é desculpa para que o Estado não cumpra o seu papel. Ainda que, assumiu, seja difícil fazer face a estes gigantes do poder económico.
«Grandes empresas, muito bem organizadas, muito competentes, que sabem o que fazem. Dominam quer a imprensa, quer o consultores, os advogados, portanto, obviamente que têm contratos muito bem feitos. Agora nós temos um problema a resolver e o Estado ou se assume ou não se assume», referiu.
Henrique Gomes manifestou-se chocado com a hipótese do Estado não assumir o papel de defesa da economia e dos cidadãos porque a situação atual, frisou o ex-secretário de Estado, configura um cenário que de cor-de-rosa tem muito pouco.
«A melhor previsão que temos é que se pusermos em défice mais 850 milhões, nós conseguimos conter os preços da energia para o próximo ano em média 11 por cento. É a situação atual que nós temos e é dramática», alertou.
O antigo secretário de Estado disse ainda que no que diz respeito ao défice tarifário, que no final do ano deverá ultrapassar os três mil milhões de euros, a situação de Portugal é melhor do que a de Espanha.
Mas avisou que quando o país vizinho acordar para o problema, vai resolvê-lo num ápice, de forma radical, ao contrário do que costuma acontecer do lado de cá da fronteira.