Inquérito BES: Ministra das Finanças admite perdas de postos de trabalho e outros custos
A ministra das Finanças admite que a medida de resolução do BES pode vir a ter custos a vários níveis, mas, desde logo, no número de trabalhadores do antigo BES.
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Maria Luís firmou na comissão de inquérito que a decisão do Banco de Portugal não é isenta de riscos: «Eu não digo que a solução é uma maravilha. Uma maravilha teria sido não ter o problema. Não é uma solução maravilhosa, mas não há soluções maravilhosas».
E a ministra alertou esta decisão tem custos: «Há custos reputacionais, custos ao nível de perdas de postos de trabalho no grupo, tudo isso são custos lamentáveis. Esta solução obviamente tem custos, mas minimiza os custos no lado dos contribuintes».
Maria Luís Albuquerque foi ainda questionada pela deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua se tal como Carlos Moedas, à data parceiro de Governo, também chegou a temer que esta intervenção no BES pudesse pôr em causa a "saída limpa" de Portugal do programa de ajustamento.
A ministra não partilha das preocupações de Carlos Moedas e adianta: «Eu, na altura em que tomei conhecimento dos problemas e das preocupações do Grupo Espírito Santo, não. E a informação que o Banco de Portugal me dava era que a estabilidade financeira estava assegurada porque as medidas de 'ring fencing' no BES estavam asseguradas».
Maria Luís Albuquerque garante que, nessa altura da saída da troika , não tinha a perceção da dimensão do problema: «Nunca me passou pela cabeça: e se isto acontece (o colapso do BES/GES) antes de o programa acabar? Nunca! Não tinha nenhuma informação que me levasse a pensar que isto ia acontecer. Para mim não estava na cara e a informação que eu tinha não me levava a antecipar que o resultado fosse aquele».
A ministra foi questionada sobre se Carlos Moedas chegou a falar-lhe sobre estas preocupações, que o agora Comissário Europeu confessou ter tido à data. A ministra negou que Carlos Moedas alguma vez lhe tivesse falado sobre este assunto: "O engenheiro Carlos Moedas nunca me falou sobre estas preocupações».