O ex-presidente do BES declarou na comissão parlamentar de inquérito que ambos os responsáveis da Portugal Telecom estavam a par da aplicação de quase 900 milhões de euros na Espírito Santo International.
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Foi o deputado socialista Pedro Nuno Santos que quis saber com quem Ricardo Salgado combinou essa aplicação de 897 milhões de euros.
Salgado respondeu: «Eu não trato de operações financeiras propriamente ditas, eu trato de opções estratégicas e operações estratégicas de desenvolvimento. Falei com o (Henrique) Granadeiro».
«O que solicitei foi que a aplicação que já existia fosse prolongada por um ano. Com o Granadeiro só falava de estratégia, e com o (Zeinal) Bava já era diferente. Mas era apenas para prolongar (o investimento) por um ano. Se Granadeiro sabia? Acredito que sim. Se Zeinal Bava sabia? Acredito que sim."
O deputado do PS contrapôs com o que Granadeiro e Bava disseram na comissão, negando conhecimento da aplicação e insiste na pergunta.
Questiona se os responsáveis da PT sabiam da renovação da aplicação. Ricardo Salgado responde: «Sabiam da aplicação na ESI porque ela já estava feita há anos, e que seria prolongada por um ano».
«Não era uma aplicação nova da ESI para a Rio Forte. Sugerimos que passasse para a Rio Forte mas apenas porque a Rio Forte não tinha imparidades. Isso foi feito com toda a boa -fé. Nós, quando propusemos isso à PT, não estávamos em risco de colapso. Nos não estávamos à espera do colapso».
Salgado adiantou ainda que também os acionistas brasileiros da Oi sabiam que havia um compromisso para a PT manter os investimentos no BES/GES durante mais um ano e que tinha como objetivo assegurar a «reciprocidade em relação aos parceiros europeus».
O antigo banqueiro reafirmou a veracidade do mail enviado a dois investidores brasileiros a lembrar esta reciprocidade e que foi desmentido pela Oi.