O antigo presidente do ISEG, João Duque, chamou Ricardo Salgado de «escroque da pior espécie». O ex-presidente do BES não gostou e agora, Mário Caldeira, o novo presidente do ISEG, enviou uma carta a Salgado a dizer que «compreende o descontentamento» e não subscreve a opinião de João Duque.
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Tudo começou com uma entrevista de João Duque ao jornal I, a 2 de março, onde o antigo presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) lamentava o "honoris causa" atribuído a Ricardo Salgado. João Duque dizia-se arrependido por ter premiado «um escroque da pior espécie». «Equivoquei-me em relação a uma pessoa», admitiu na entrevista.
As declarações de João Duque foram repetidas na segunda audição de Ricardo Salgado, a 19 de março, na Comissão de Inquérito ao caso BES, no Parlamento, pelo deputado social-democrata Carlos Abreu Amorim.
Agora, Ricardo Salgado enviou uma nova carta aos deputados, à qual a TSF teve acesso, em que esclarece que «em resposta ao senhor deputado Carlos Abreu Amorim repudiei veementemente a expressão em causa e esclareci que enviei uma carta ao ISEG, na qual manifestei a minha posição sobre as palavras utilizadas» por João Duque.
Veja aqui as cartas de Ricardo Salgado e Mário Caldeira
Depois dessa carta, Ricardo Salgado recebeu uma resposta do atual presidente do ISEG, Mário Caldeira, que sublinha que não se revê nas palavras de João Duque.
Na carta do presidente do ISEG, a que a TSF teve acesso e que foi enviada pelo próprio Ricardo Salgado à Comissão de Inquérito, pode ler-se que Mário Caldeira compreende o «descontentamento de Salgado» e que «gostaria de referir que compreendo perfeitamente o descontentamento de V.Exa com o teor do texto publicado no jornal i».
O atual presidente do ISEG sublinha ainda que as palavras de João Duque não podem ser imputadas à instituição: «O professor João Duque não representa o ISEG e quaisquer declarações proferidas são a título meramente pessoal. O presidente do ISEG não subscreve a perspetiva expressa no referido texto». No final da carta, Mário Caldeira despede-se com «elevada estima pessoal» de Ricardo Salgado, agradecendo na missiva «a colaboração prestada».