O secretário-geral do PCP alertou que Portugal vai, afinal, pagar uma fatia muito gorda de juros e comissões em relação aos 78 mil milhões pedidos de ajuda externa. Passos Coelho respondeu que não existia alternativa.
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«Vão mandar 78 mil milhões e o povo português e o país pagam 113 mil milhões», alertou Jerónimo de Sousa, questionando o primeiro-ministro sobre a forma como será possível pagar «estes encargos brutais» assumidos «deliberadamente».
O líder comunista, que falava esta quinta-feira, no debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2012, no Parlamento, questionou se Passos Coelho vai fazer o mesmo que os seus antecessores: «Na falta da respostas, foram-se embora e quem viesse atrás que fechasse a porta».
Na resposta, o chefe do Governo respondeu que não se tratou de uma agressão, mas de uma «necessidade» e que Portugal vai ter mesmo de pagar esses juros e comissões.
«O que vamos pagar por este empréstimo é menos do que pagaríamos se tivéssemos sido nós a contraí-lo directamente e nós não tínhamos condições para o contrair directamente, porque não tínhamos "rating" nem credibilidade para o fazer», referiu.