A chanceler alemã criticou as propostas de "eurobonds" que vão ser apresentadas esta quarta-feira pela Comissão Europeia, considerando-as «muito inquietantes e desadequadas».
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«Acho que é muito inquietante e desadequado que a Comissão proponha hoje "eurobonds" em diversas formas, como se através da mutualização das dívidas pudéssemos evitar o problema das falhas das estruturas da União Económica e Monetária», disse Angela Merkel, em Berlim, durante o debate parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2012.
Isso não resulta, «temos é que exigir que os tratados sejam vinculativos, para evitar que sejam violados sistematicamente, e por isso é que propusemos que sejam alterados», acrescentou Merkel.
O primeiro passo a adoptar, na opinião da chefe do governo alemão, é uma união fiscal, seguida pela harmonização das políticas dos países do euro, nomeadamente a harmonização da idade da reforma.
«Não há soluções simples, temos de recuperar a confiança política perdida, e esta só poderá ser recuperada com medidas políticas graduais», advertiu a chanceler.
Merkel voltou também a pronunciar-se contra a alteração do actual mandato do Banco Central Europeu (BCE), defendendo que este deverá continuar a ser apenas responsável pela estabilidade de preços e não pelo financiamento ilimitado dos Estados da moeda única.
«Precisamos de instituições independentes na União, e por isso o mandato do banco Central não deve ser alterado», sublinhou.