A expressão é do coordenador da Comissão de Trabalhadores da empresa. António Chora diz que a produção e montagem de viaturas manipuladas na Autoeuropa "é uma forte possibilidade".
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O escândalo "dieselgate" pode ter passado por Portugal. O cenário foi admitido por António Chora que, esta semana, participa nas reuniões entre os trabalhadores e a administração da VW, em Wolfsburgo, na Alemanha.
Em declarações à TSF, António Chora diz, no entanto, não saber quantificar o números de viaturas manipuladas que passaram pela fábrica de Palmela. "Nós na Autoeuropa, como em todas as fábricas da VW, pegávamos no motor que vinha da fábrica em que era produzido. O motor já vem completo", explica o coordenador da Comissão de Trabalhadores.
Neste processo, acrescenta António Chora, "a única coisa que era acrescentada para que o motor trabalhasse eram peças como o alternador e a caixa de velocidades. Não consigo dizer se há muitos ou se há só alguns (motores manipulados)", sustenta.
Ainda assim, admite António Chora, "há uma forte possibilidade de, no passado, termos sido brindados com alguns motores vigarizados".
Em relação ao futuro da Autoeuropa, a única certeza que António Chora tem é que a produção por estes dias mantém-se inalterada. "Continuamos a produzir 460 carros por dia sem qualquer tipo de cortes", detalha o coordenador da Comissão de Trabalhadores.
Na última noite, o novo CEO da VW admitiu a um jornal alemão uma redução dos custos na empresa para fazer face às possíveis sanções futuras.
Ao mesmo tempo, Mathias Muller afirmou que, de acordo com as primeiras investigações, a manipulação dos motores a gasóleo da VW foi efectuada na fábrica de Wolfsburgo, na Alemanha.
Esta manhã, o Jornal de Negócios faz manchete com a confirmação de que a Autoeuropa "produziu carros com motores fraudulentos". Em resposta ao Negócios, a Siva afirma que "tanto quanto sabemos da Volkswagen AG, existem, entre os veículos afectados, modelos" Eos, Scirocco e Sharan, fabricados em Palmela.
(Notícia actualizada às 11h19)