O antigo inspetor-geral da ASAE quebra alguns "mitos". Garante que nunca foi proibido vender Bolas de Berlim nas praias ou usar galheteiros ou colheres de pau nos restaurantes.
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Em entrevista à TSF, no dia dos 10 anos de criação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, António Nunes reconhece que muitas vezes pagou caro pela visibilidade que quis dar à ASAE.
O antigo inspetor-geral da organização fez questão de dar notoriedade ao órgão de policia criminal, "pois só assim foi possível receber reclamações dos agentes económicos".
Durante os 7 anos em que liderou a entidade, António Nunes foi muitas vezes criticado por causa de medidas que "eram atribuídas à ASAE", nomeadamente devido à venda das bolas de Berlim nas praias, ao uso dos galheteiros ou de colheres de pau nos restaurantes.
António Nunes garante que "nunca nada disso foi proibido, foram mitos". Reconhece que por vezes podem ter sido cometidos excessos na fiscalização mas defende-se, dizendo que "quem mandava era a legislação e não os técnicos da ASAE".
Acrescenta não ter dúvidas de que a ASAE "sofreu ataques por parte de alguns comentadores que se tivessem tido o cuidado de ir ao terreno para ver o que estava a ser feito, certamente que as coisas teriam sido diferentes".
António Nunes confessa que não tem saudades de liderar a ASAE, sublinhando que "ao fim de tantos anos na função publica aposentou-se com a consciência de dever cumprido".
Futuro preocupante
O antigo responsável da ASAE avisa que a falta de inspectores que se começa a sentir pode trazer dificuldades para a organização
"O número de elementos é muito reduzido face às necessidades e aos rácios que a organziação devia ter para um país como o nosso", adverte António Nunes.
Para o ex-inspetor, essse "é um problema muito complicado que a curto prazo pode causar algumas dúvidas sobre a capacidade organizativa que ela possa vir a ter no futuro".
Sublinhando que a decisão de atribuir meios à Autoridade é política, António Nunes considera que "amanhã ou depois pode acontecer que os politicos decidam mudar a ASAE".
Outros desafios são; a manurtenção da capacidade de os consumidores acreditarem que existe uma organziação que os defenda, os novos alimentos (transgénicos e manipulados) e "
conseguir manter o critério de que todos os operadores económicos são iguais perante a lei".