Oito sindicatos da TAP dizem que só com privatização é possível verificar cumprimento de acordo
Oito sindicatos de trabalhadores da TAP consideram que só será possível verificar o cumprimento do acordo assinado em dezembro quando a transportadora aérea for privatizada. Já o primeiro-ministro disse esperar que a greve na TAP não impeça a privatização da empresa.
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O primeiro-ministro considera que os pilotos devem pensar nas suas ações, reiterando que o Governo não vai intervir no processo. Em declarações aos jornalistas, no Museu da Eletricidade, em Lisboa, Pedro Passos Coelho disse esperar que a greve dos pilotos da TAP não tenha "o resultado mais indesejado de todos, que era o de nem se conseguir fazer a privatização da TAP nem se poder defender o emprego na TAP e a sua função tão importante para a economia nacional".
Esta tarde, estiveram reunidos oito dos nove sindicatos (faltou o dos Pilotos) que em dezembro assinaram um memorando com o governo relacionado com a privatização da TAP e manifestaram uma posição que não vai de encontro à dos pilotos.
André Teives, presidente do Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) afirma que "enquanto a empresa não for privatizada, não podemos saber se o acordo que assinámos vai ser cumprido ou não". Segundo o sindicalista, o acordo subscrito por nove sindicatos no final do ano passado foi uma forma de participação no caderno de encargos para a privatização da TAP.
"O acordo assinado em dezembro de 2014 está em vigor, não havendo lugar a incumprimento ou cumprimento do mesmo, sem que haja processo de privatização concluído. Não se coloca essa questão por ser inexistente, neste momento", é afirmado num comunicado emitido pelos oito sindicatos, no final da reunião.
Os sindicatos manifestaram ainda a sua preocupação "com a situação atual, no que concerne aos postos de trabalho dos mais de 10.000 trabalhadores do Grupo TAP".
"Estes sindicatos pugnaram, pugnam e continuarão a pugnar pela defesa dos postos de trabalho, pelos Acordos de Empresa em vigor e pelos legítimos interesses dos trabalhadores", afirmam no mesmo comunicado.
O sindicato dos pilotos, que também assinou o memorando de dezembro, marcou uma greve de 10 dias, com inicio a 01 de maio, contra o incumprimento deste acordo e de outras matérias consignadas em acordos anteriores.