PCP e Bloco de Esquerda já manifestaram o seu desagrado em relação à intenção do Governo de reduzir para dez dias/ano as indemnizações por despedimento.
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O Governo quer reduzir ainda mais o valor das indemnizações por despedimento já em 2012 para apenas dez dias por ano, justificando a medida com os compromissos assumidos com a "troika" e para aproximar a legislação portuguesa da média comunitária.
Em reacção a esta medida, Jorge Machado, do PCP, considerou que os planos do Governo «mais um passo no agravamento da exploração de quem trabalha».
«Hoje discutimos na Assembleia da República a redução de 30 para 20 dias, que já é um corte muito significativo no direito à indemnização dos trabalhadores, e agora o Governo prepara-se, a confirmar-se a notícia, para agravar esse mesmo roubo», referiu Jorge Machado, acrescentando «ser curioso» que o Executivo não compare também os salários dos trabalhadores portugueses com os dos cidadãos do resto da Europa.
Também Mariana Aiveca, do Bloco de Esquerda critica a opção do Executivo.
«Quem vai subsidiar o seu próprio despedimento são os trabalhadores, portanto o Governo vai cumprir escrupulosamente o memorando da 'troika' que diz que é para todos os trabalhadores e para entrar em vigor no início de 2012, ou seja, a proposta terá que ser apresentada ao Parlamento no último trimestre deste ano», sublinhou.
«Portanto aquilo que vai hoje a discussão é apenas o início de uma proposta que vai embaratecer os despedimentos. E não é por esta via que a competitividade se resolve, e é uma agressão social que visa destruir, de facto, todos os direitos que foram adquiridos», concluiu Mariana Aiveca.
Contactado pela TSF, o PS contactado fez saber que prefere manter-se em silêncio.