O PS mantém a exigência de que a carta de intenções seja revelada sem demoras. O Bloco de Esquerda considera que o comportamento do Governo neste caso é inaceitável. A CDU diz que este episódio prova que a troika veio para ficar.
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O conteúdo da carta de intenções que o Governo vai enviar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) só será revelado no mês de junho e não antes das eleições europeias como reclama a oposição.
Em entrevista à Rádio Renascença na terça-feira, Paulo Portas explica que a revelação do texto depende do calendário interno do FMI e que o Partido Socialista sabe dessa circunstância e acusa por isso o maior partido da oposição de estar a criar uma dúvida de boa fé.
O vice-primeiro-ministro disse ainda que o texto vai refletir aquilo que os portugueses já conhecem, ou seja, o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) e os compromissos firmados na 12ª avaliação do programa de ajustamento.
Contactado esta manhã pela TSF, António Galamba, do secretariado nacional socialista, diz que os argumentos apresentados por Paulo Portas não servem para explicar a não divulgação da carta que será enviada ao FMI.
O PS mantém a exigência e quer que o documento seja divulgado antes das eleições europeias. António Galamba sustenta que os portugueses têm direito de conhecer as medidas com que o Governo se comprometeu para o futuro antes de irem a votos.
As garantias dadas por Paulo Portas também não convenceram Marisa Matias. A cabeça de lista do Bloco de Esquerda às europeias diz que o comportamento do Governo neste caso é inaceitável.
Marisa Matias conclui das declarações do vice-primeiro-ministro que estão a ser tomadas decisões importantes nas costas dos portugueses.
João Ferreira, cabeça de lista da CDU nas próximas europeias, diz que este episódio confirma que a troika está cá para ficar. A ideia de que está de saída é falsa.