O líder social-democrata afirmou que a remoção da eventual desconfiança dos mercados e dos parceiros europeus sobre a situação portuguesa "está nas mãos do Governo".
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Pedro Passo Coelho reconhece que o "país vive período de perda de credibilidade e confiança que nos pode sair caro". Por isso, diz que "está nas mãos do governo poder remover estas desconfianças" clarificando quais as intenções que tem: "não pode ter políticas que deixem dúvidas e que possam gerar incertezas para o futuro", disse o líder do PSD.
Declarações feitas aos jornalistas depois de ter visitado uma unidade industrial no concelho da Figueira da Foz, que tenta conquistar o mercado externo, o líder social-democrata considera "que o Governo não pode ter dois discursos. Um interno e outro externo".
O antigo primeiro-ministro considera "importante recuperar" a confiança do sistema financeiro e dos investidores, lembrando que "em termos de economia, as coisas não estão a correr assim tão bem".
Por isso, pede clareza nas intenções do Governo "que está a reverter" reformas importantes "que nós fizemos. Ou se mantém fiel aquilo que era a sua perspetiva de ter uma economia que crescesse pelo lado do consumo e devolução dos rendimentos, que está apressar para estar de bem com a maioria que suporta o Governo, ou gera confiança e para isso, tem de mudar radicalmente a sua abordagem, quer à parte orçamental, quer à parte económica".
Passos Coelho não quer que António Costa continue a culpar o anterior Governo e lembra que "o que não está fechado para Comissão Europeia são os resultados deste ano e dos anos seguintes, e isso não posso ser eu explicar".
Entende que estes esclarecimentos devem ser dados pelo Primeiro-ministro e o seu ministro das Finanças, mas alerta que é preciso mudar o discurso, "se continuarem a explicar como fizeram até aqui a explicação não convence. Não convenceu a UTAL, não convenceu o conselho de Finanças Públicas e não vai convencer a Comissão Europeia". Por isso vai dizendo "que é preciso colocar alguma coisa nova em cima da mesa, que ajude a estas instituições a ter uma noção mais precisa de quais os instrumentos e medidas que serão tomadas para garantir resultados. Talvez assim a coisa possa correr melhor" que é o que deseja, mas "está nas mãos do Governo e do Primeiro-ministro", recusando qualquer reação a eventuais sanções a Portugal, preferindo esperar pela decisão de amanhã da Comissão Europeia.