No dia do regresso da troika a Portugal, o Governo e os parceiros sociais fazem uma avaliação do programa de ajustamento financeiro.
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Os parceiros sociais insistem: menos austeridade, mais emprego e crescimento económico. No regresso da troika a Portugal para a 8ª e 9ª avaliações, Governo e parceiros fazem uma avaliação do programa de ajustamento financeiro.
Do lado do Governo, o vice-primeiro-ministro Paulo Portas e a ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque já admitiram a vontade de ter um défice de 4,5%, mas o presidente do Eurogrupo e o próprio presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, já avisaram que a flexiblização não é o caminho.
Já os parceiros sociais insistem na necessidade de cortar nas medidas de austeridade e apostar no crescimento económico. Arménio Carlos, o secretário-geral da CGTP, afirmou, após a reunião desta manhã, que até à altura em que saiu do encontro não foi debatida qualquer flexibilização da meta do défice.
Arménio Carlos, em declarações aos jornalistas, defendeu que mais 0,5% no défice não vai resultar, instindo na necessidade de renegociar o programa de ajustamento.
Também António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), à entrada para o encontro, defendeu que é preciso «redesenhar esse programa de o programa nestas duas vertentes, a do valor dos juros e os calendários do défice» e lembrou que a austeridade não trouxe os resultados desejados.
«É bom que se trabalhe em dois patamares distintos, o valor dos juros - os fundos europeus que nos emprestam dinheiro financiam-se a 1,9% e emprestam-nos a 3%, há aqui margem para que a nível do valor dos juros se possa fazer alguma coisa - e depois o défice», afirmou aos jornalistas António Saraiva.
A reunião que esta a decorrer na sede do Conselho Económico e Social (CES) foi convocada pelo Governo para debater com os parceiros sociais as matérias relacionadas com a 8ª e 9ª avaliações do programa de assistência económica e financeira a Portugal.
O encontro conta com a presença do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, do ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e do secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas.