O deputado do PCP António Filipe considerou hoje que o Orçamento do Estado para 2013 é o pior «de que há memória» e propôs romper com a troika.
Corpo do artigo
«Este é o orçamento farsa de uma maioria destroçada, em pânico e em pré-debandada, que encenou uma trégua de conveniência para garantir a sobrevivência do Governo durante o debate orçamental», afirmou António Filipe, vice-presidente da Assembleia da República.
No discurso de encerramento da discussão do Orçamento do Estado para 2013, o deputado comunista classificou a proposta orçamental, que terá o voto contra do PCP, como «o pior orçamento de que há memória» e frisou que não são só os comunistas que o dizem mas também personalidades do PSD e do CDS-PP.
«Este é o orçamento insuportável de um Governo moribundo, desacreditado, vaiado onde quer que vá, e repudiado pelos seus próprios eleitores», afirmou, considerando que «não há malabarismos nem truques de ilusionismo que possam iludir» as responsabilidades do PSD e do CDS-PP «na verdadeira desgraça» que o Orçamento «vai fazer recair sobre os portugueses».
Para o PCP, as medidas previstas no Orçamento do Estado não vão resolver nenhum dos problemas nacionais, vão agravar a dívida pública e vão ter «devastadoras consequências no plano económico e social».
«É um orçamento de recessão, de falências, de desempregados, de famílias insolventes, de abandono escolar, de empobrecimento e miséria, de jovens forçados a emigrar», apontou.
António Filipe considerou ainda que o Orçamento é «um assalto ao bolso dos trabalhadores, dos reformados e das camadas mais desvaforecidas" mas que, no entanto, ficam a salvo "os ricos e os poderosos, os grupos económicos e financeiros».
«Ao contrário do que afirma o Governo, a repartição dos sacrifícios não é justa nem equitativa», afirmou, acrescentando que «se mantém os escandalosos benefícios fiscais do grande capital em sede de IRC».
António Filipe recusou a ideia da maioria PSD/CDS-PP de que «não há alternativa», afirmando que «o que é mais evidente é que o povo português não tem outra alternativa que não seja derrotar o Governo e romper com as imposições da troika».
«A única solução para a superação da terrível situação em que o PS, o PSD e o CDS lançaram o país, terá de passar por uma renegociação justa e honrada de prazos, montantes e juros da dívida externa legítima», defendeu.