Perante "ataque ao trabalhador", sindicato dos tripulantes defende adesão à greve geral

Pedro Correia
À TSF, o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil considera o novo pacote laboral "um retrocesso de séculos" nos direitos dos trabalhadores
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O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarróias, defende a adesão à greve geral de 11 de dezembro, convocada pela CGTP e pela UGT. É a posição assumida na TSF por este líder, numa altura em que se sabe que o organismo já pediu ao presidente da mesa da assembleia-geral para que seja marcada uma reunião urgente, com data a anunciar, de forma a decidir a adesão à paralisação.
Em declarações à TSF, o presidente do SNPVAC critica a reforma do pacote laboral que o Governo de Luís Montenegro quer levar a cabo, sublinhando que "é um ataque ao trabalhador, é inqualificável em traços gerais".
"Vamos regredindo, eu não diria anos, mas séculos. Estas medidas são totalmente desajustadas. E há aqui medidas que nós, sindicato, temos vindo a combater, ao longo destes últimos meses (para não dizer anos), nomeadamente em relação à lei da greve. Esta reforma laboral condicionava, e muito, ou minimizava imenso, o poder da greve. Nós entendemos que é o momento certo, temos de avançar e demonstrar a nossa insatisfação, e não quando for implementado."
E Ricardo Penarróias não deixa dúvidas: "A direção do sindicato defende a adesão à greve."
Aquando da marcação da greve geral, o primeiro-ministro Luís Montenegro acusou as centrais sindicais, a UGT e a CGTP, de oportunismo político. Ricardo Penarróias rebate as acusações do líder do Executivo e lembra a privatização da TAP, antes de se conhecer o plano de reestruturação da empresa:
"Se o primeiro-ministro acha que é oportunismo político, eu vou responder-lhe na mesma moeda. Oportunismo político, para mim, é fazer uma privatização, ou iniciar um processo de privatização, a dois meses de terminar o plano de reestruturação da TAP. A isso chama-se oportunismo político, porque nenhum dado económico, estatístico, político, geopolítico e estratégico, determina a privatização. O que o primeiro-ministro utilizou foi uma oportunidade, em que tem uma maioria no Parlamento ou uma grande maioria do Parlamento está do lado dele, em que, legitimado por uma votação eleitoral, pretende avançar com um processo de privatização, que é totalmente desajustado. A isso chama-se oportunismo político."
