O ministro da Presidência disse que a decisão da Irlanda de recusar um programa cautelar deixa Portugal «sem referência» para a eventualidade de precisar desse instrumento.
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Na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, afirmou que, «se Portugal vai precisar ou não de um programa cautelar, neste momento é obviamente muito prematuro para saber isso».
Por sua vez, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, declarou que «não há negociações abertas quanto a Portugal», acrescentando: «No momento certo, falaremos do modelo relativamente a Portugal».
Paulo Portas felicitou a Irlanda pela decisão de regressar ao financiamento nos mercados de forma autónoma, não se alongando sobre este assunto.
Já Marques Guedes, questionado pela comunicação social sobre o caso português, comentou: «A Irlanda tomou esta decisão. Ficamos sem um ponto de referência, porque se tivesse a Irlanda optado por esse programa cautelar as negociações desse programa seriam uma referência interessante para o nosso país. Ficamos sem essa referência, mas obviamente que nos congratulamos que a Irlanda tenha podido terminar o seu programa nos moldes em que entende que o consegue fazer, ainda por cima sem qualquer tipo de apoio no pós-programa».
O ministro afirmou ainda que em tese um programa cautelar «não comportará nenhum auxílio financeiro e, não comportando nenhum auxílio financeiro, porventura, a exigência de um compromisso alargado político, como foi feito aquando do resgate em 2011 junto de todos os partidos e das forças políticas do arco da governação, provavelmente não se colocará».
Questionado sobre o facto de o PS questionar a legitimidade da atual maioria PSD/CDS-PP para vir a assinar um programa cautelar, Luís Marques Guedes respondeu: «Antes de saber o que é um programa cautelar estar-se já a falar sobre a legitimidade ou não legitimidade para assinar eu acho que claramente é pôr o carro à frente dos bois, como se costuma dizer».