João Galamba, vice-presidente da bancada socialista, convidado do Fórum TSF, admite como inevitável que a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos tenha efeitos na dívida. No défice, talvez.
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"Tendo ou não impacto no défice, o impacto mais importante nestas matérias de recapitalização da banca é sempre na dívida. No défice, a ter impacto, é um impacto de um ano que desaparece no ano a seguir, não é relevante do ponto de vista da redução do défice orçamental. A ter impacto, será certamente na dívida, esse impacto é incontornável", afirma João Galamba.
O vice-presidente da bancada socialista disse não espera qualquer oposição dos parceiros de maioria nos planos para a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O buraco nas contas do banco do Estado e a necessidade de injeção de capital pode ser superior a quatro mil milhões de euros.
A Comissão Europeia garantiu hoje que ainda não tomou qualquer decisão relativamente à capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), até porque "só muito recentemente" recebeu informações das autoridades portuguesas, que terá de analisar detalhadamente.
Ontem, numa entrevista à TSF/DN/JN/Dinheiro Vivo, a comissária da concorrência, Margrethe Vestager, garantiu que Bruxelas não tem preconceitos com a propriedade pública do banco e se investir "como um privado" o Governo pode avançar com a injeção de verbas estatais na Caixa.
No Fórum TSF esta manhã, João Galamba questionado ainda sobre o aumento dos salários da nova administração da CGD, respondeu com a lógica mercado/concorrência: "A Caixa opera num ambiente concorrencial de mercado. Para ter uma administração capaz, os salários tem de estar minimamente alinhados com o que se pratica no setor porque senão a Caixa teria uma desvantagem competitiva significativa. Estaríamos a prejudicar o banco público face aos demais".
Sobre a possibilidade de despedimentos, João Galamba lembra que o importante é garantir que o banco do Estado tem futuro.