É a primeira vez de António Costa na concertação social. O primeiro-ministro senta-se esta quinta-feira à mesma mesa com patrões e sindicatos. A agenda do encontro é curta mas intensa. A ordem de trabalhos não especifica nenhuma medida concreta, mas há uma - o salário mínimo nacional - que promete centrar a discussão.
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O aumento é consensual, mas o valor não é. António Costa incluiu no programa do governo uma subida progressiva do salário mínimo nacional. Para começar, já em 2016, o objetivo é passar para 530 euros.
Os patrões dizem não. A CIP aceita um aumento, não revela um número, mas terá de ser abaixo deste valor. António Saraiva diz que o estado da economia não é compatível com a proposta do governo. A Confederação do Comércio quer primeiro conhecer os cálculos do programa socialista e recusa trabalhar sobre valores pré-definidos, que depois se transformem em taxativos.
No outro lado da mesa, as centrais sindicais não só querem um aumento do salário mínimo, como querem uma subida acima da oferta de António Costa. A CGTP defende 600 euros, mas ao mesmo tempo admite um valor inferior. A Intersindical só não abre mão do calendário - o salário mínimo deve aumentar já em janeiro.
A UGT é o elo mais moderado do lado dos trabalhadores. Carlos Silva defende, também, uma atualização em 2016, de 535 euros. O governo propõe menos cinco, por isso o líder da UGT já disse que não será por ele que não haverá acordo.
O salário mínimo nacional é atualmente de 505 euros. António Costa quer chegar aos 600 euros até 2019. A medida consta do programa do novo governo - o ponto único da agenda do encontros da concertação social.