A UGT manifestou dúvidas sobre a forma como uma eventual descida da Taxa Social Única (TSU) poderá vir a ser aplicada e a CGTP pediu ao Governo para não criar «ilusões».
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O Governo não vai cortar oito pontos na Taxa Social Única (TSU), como defende o Fundo Monetário Internacional (FMI), garantiu o primeiro-ministro em entrevista à RTP esta terça-feira.
Disse também que não há margem orçamental para adoptar em 2012 uma «descida transversal de quatro pontos» desta taxa paga pelas empresas, como propôs o PSD na campanha eleitoral.
«Ou equacionamos uma descida menor para 2012 agora, e isso significa provavelmente um esforço fiscal razoável, mas sem ter um grande impacto na competitividade das empresas, ou conseguimos adoptar uma medida - que não é de descida de quatro pontos, pode ser até bastante mais, pode ser até na totalidade - para todas as empresas que criem novos empregos além daqueles que destruírem», adiantou.
João Proença duvida da forma como foi apresentada a possibilidade dessa descida, que está destinada apenas a algumas empresas.
«O modo como foi anunciado parece-nos que merece discussão. Está em causa empresas que criam postos de trabalho ou em que há criação líquida de postos de trabalho?», questionou.
Já para Carvalho da Silva, qualquer descida da TSU é grave e destabilizadora para a Segurança Social.
O líder da CGTP entende que o Governo não deve criar «ilusões» de que uma descida da TSU está directamente ligada à criação de emprego, até porque hoje já «há incentivos em determinadas situações».
«Esperemos é que não se crie mais um mecanismo que permita a alguns patrões sem escrúpulos aproveitarem-se», alertou.
Carvalho da Silva vincou que qualquer redução da TSU é grave, «instabiliza o futuro da Segurança Social e faz fortíssima pressão negativa sobre o futuro das pensões».