Passos Coelho diz que a secretária de Estado Maria Luís Albuquerque colocou lugar a disposção quando surgiu questão dos contratos "swaps", mas o primeiro-ministro não aceitou por não embarcar em «demagogia fácil».
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O primeiro-ministro respondia a Catarina Martins do BE que perguntou a Passos Coelho o motivo pelo qual Maria Luís Albuquerque se mantém no Governo, depois de ter sido gestora da Refer à altura da celebraçao de contratos «swaps».
Passos Coelho assegurou que a secretária de Estado do Tesouro não negociou contratos "tóxicos" ou "especulativos" quando estava na REFER.
«O IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública) fez essa avaliação de risco, ela é pública (...) nos termos dessa informação é sabido que aquilo que era considerado tóxico e altamente especulativo não está entre os produtos negociados pela então diretora financeira da REFER», afirmou o chefe do Governo.
Durante o debate quinzenal, no Parlamento, a coordenadora bloquista, Catarina Martins, afirmou que, segundo uma auditoria enviada à comissão de inquérito aos contratos 'swap', a «REFER fez contratos especulativos tóxicos, classificados com 3 e 4 [lesivos para o Estado] e portanto inaceitáveis».
Neste contexto, Catarina Martins interrogou «como é que Maria Luís Albuquerque continua a ser secretária de Estado do Tesouro e Finanças», após vários secretários de Estado terem abandonado o executivo e a demissão de gestores de empresas públicas.
Passos Coelho referiu o relatório do IGCP para contrariar a afirmação da líder do BE e adiantou que a secretária de Estado do Tesouro e Finanças «desde a primeira hora» colocou «o seu lugar a disposição se, embora sabendo disto, houvesse o prejuízo de a demagogia fácil pretender denegrir a posição do Governo».
«Mas eu não ando apenas atrás de matérias demagógicas e não consideraria qualquer possibilidade de substituir a senhora secretária de Estado a menos que tivesse fundadas dúvidas de que poderia algum prejuízo para o Estado resultar da sua permanência no Governo, e não é o caso», sustentou.