O porta-voz dos nove sindicatos da TAP que hoje assinaram o acordo com o Governo, André Teives, afirmou hoje que «acautelar o futuro não é concordar com ele», realçando que se houver privatização os interesses dos associados estão acautelados.
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«Acautelar o futuro não é concordar com ele. A acontecer [a privatização] saímos de consciência tranquila de que cumprimos o nosso dever, de acautelar os legítimos interesses dos que representámos, aconteça o que acontecer», afirmou, após a assinatura do acordo que foi negociado desde o Natal, altura em que os nove sindicatos desconvocaram uma greve de quatro dias.
Com mais de uma hora de atraso face à hora marcada, devido a "acertos" de última hora, os nove sindicatos fecharam o acordo que prolonga a vigência dos acordos de empresas durante 36 meses após a venda da companhia aérea liderada por Fernando Pinto.
De fora ficaram o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC).
O representante dos sindicatos reconheceu que o acordo com o Governo e a TAP estava fechado na segunda-feira e hoje antes da sua assinatura foram feitas «pequenas alterações de semântica» o que motivou o atraso no início da cerimónia.
Em declarações aos jornalistas, André Teives reiterou que «as garantias de foro laboral estão salvaguardadas» com o documento hoje fechado no ministério da Economia, realçando que, apesar de terem negociado com o Governo, não concordam com a privatização da transportadora nacional.
O acordo assinado hoje não foi disponibilizado aos jornalistas.
O processo de reprivatização do capital social da empresa compreende uma venda direta de referência de ações representativas de até 61% do capital social do grupo TAP e a alienação, numa oferta destinada aos trabalhadores, de um lote adicional de ações representativas de até 5% do capital social.
O Estado beneficia adicionalmente de uma opção de venda sobre o adquirente na venda direta de referência de até 34% do capital social da TAP.