O presidente do Sindicato da Construção afirmou, à saída de uma reunião com a administração da Tecnovia, que são 340 os trabalhadores que terão os contratos suspensos durante seis meses.
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Falando à saída de uma reunião com a administração da Tecnovia, na sede da empresa, em Porto Salvo, Albano Ribeiro lembrou que pediu segunda-feira ao primeiro-ministro uma reunião «com caráter de urgência» para evitar uma «revolta social» dos trabalhadores no setor.
Salientando que os trabalhadores afetados pela suspensão temporária do contrato de trabalho vão perder «um terço do ordenado», o dirigente sindical explicou que o lay off na Tecnovia se deve à paragem das obras nas concessões rodoviárias do Baixo Alentejo e do Algarve Litoral.
«Na reunião foi-nos dito que os trabalhadores estarão nesta situação durante um prazo de seis meses. Esta empresa vive uma situação muito dramática, uma vez que poderá cair, a curto prazo, de uma faturação mensal de oito milhões de euros para um milhão de euros, sendo que os encargos fixos mensais são de dois milhões de euros«, afirmou.
Se tal acontecer, Albano Ribeiro prevê que mais trabalhadores poderão ser afetados pelo lay off, uma situação que classifica como «insustentável».
«Nunca na fileira da construção e obras públicas houve uma situação tão dramática, por isso já pedimos ontem [segunda-feira] ao primeiro-ministro uma reunião com caráter de urgência para evitar a revolta social dos trabalhadores», disse.
Albano Ribeiro disse, contudo, que da reunião com a administração da Tecnovia resulta também que alguns trabalhadores afetados pelo lay off poderão, entretanto, ser chamados ao trabalho, caso avancem as obras de requalificação de algumas estradas e obras de arte.
Com 720 trabalhadores em Portugal e 137 em Moçambique, Angola, Cabo Verde e Marrocos, a Tecnovia confirmou, em comunicado, o recurso ao lay off «em virtude de motivos e circunstâncias de natureza económica, de mercado e estruturais».