Carlos Silva disse hoje esperar que a disponibilidade apresentada pelo primeiro-ministro para discutir um aumento do salário mínimo passe de palavras a atos na próxima reunião de concertação social.
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«Espero que as palavras de ontem [domingo] do senhor primeiro-ministro passem de palavras a atos», afirmou Carlos Silva, em declarações à agência Lusa.
No entanto, alertou o secretário-geral da UGT, o prazo determinado pelo primeiro-ministro - «ainda este ano» - pareceu a Carlos Silva muito alongado.
A questão «tem que ser rapidamente discutida e acho que a próxima reunião da concertação social devia ter essa matéria já em cima da mesa», referiu, acrescentando que, além do aumento do salário mínimo nacional, também o desbloqueamento da contratação coletiva é «matéria fundamental, quer para os trabalhadores, quer - de alguma forma - para os empresários em Portugal».
O caso deverá ser um dos temas a debater na quarta-feira, dia em que o primeiro-ministro irá receber os parceiros sociais para falar sobre as condições do pós-troika, ou seja, o que fazer quando as entidades que atribuíram o financiamento de resgate a Portugal deixarem o país.
«Exigimos, depois desta intervenção do primeiro-ministro, que seja, finalmente, dado um passo para que, no pós-troika, haja condições para que os parceiros e o Governo alcancem um acordo de concertação social em que estejam a questão do salário mínimo nacional e o desbloqueamento da contratação coletiva», declarou.
Embora sublinhe que tem havido, «até agora, falta de vontade do Governo em dar o passo nesse sentido», Carlos Silva sublinhou que «a penalização [dos trabalhadores] nos últimos três anos tem sido realmente tremenda».
Por isso, defendeu, «o Governo não pode continuar a fazer de conta e continuar a insistir que há sinais positivos no horizonte, que há sinais de crescimento económico, que o cenário macro económico é melhor». «Tem que dar sinais claros para que as pessoas sintam que não é só a criação de uma ilusão», vincou.