O ministro das Finanças relativizou o "travão" posto pelo Eurogrupo ao alargamento a Portugal dos benefícios concedidos à Grécia, embora tenha dito que vai ficar atento às oportunidades.
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O ministro das Finanças admitiu que as medidas acordadas para a Grécia não serão aplicadas a Portugal pelo menos para já e considerou ter havido uma considerável confusão no debate público em Portugal sobre esta matéria.
Em Bruxelas, Vítor Gaspar explicou que as condições atribuídas à Grécia poderão ser atraentes para Portugal, mas estas serão estudadas quando for oportuno, eventualmente apenas num quadro de um eventual segundo resgate.
«Portugal está atento a oportunidades nesta matéria e solicitará a discussão destas questões quando oportuno, no contexto da sua estratégia global de regresso ao mercado de obrigações em condições normais», explicou.
Vítor Gaspar considerou ainda que existiu uma «simplificação excessiva de assuntos complexos», que «conduz inevitavelmente a mal entendidos, que infelizmente tendem a persistir, ao ponto de serem consideradas verdades demonstradas».
«Todas as afirmações feitas por responsáveis políticos, pelo primeiro-ministro Pedro passos Coelho e pelo presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, são afirmações que estão inteiramente corretas e que foram, julgo eu, descontextualizadas de forma pouco cuidadosa por alguma informação», adiantou.
Sobre as declarações do ministro alemão das Finanças, que desaconselhou Portugal a pedir as mesmas condições que a Grécia, Vítor Gaspar explicou que esta foi a forma de Wolfgang Schaeuble dizer que Portugal não é a Grécia.
Sobre o défice, o ministro das Finanças reafirmou que o Governo «está confiante» de que Portugal será capaz de cumprir cinco por cento estabelecidos para este ano, já que as vulnerabilidades das receitas têm sido combatidas pelo lado da despesa.