Entrada na China. Empresas portuguesas "devem encontrar plataformas para se coordenarem"
Daniel Traça, diretor da Nova School of Business and Economics, entende que as relações entre Portugal e China podem crescer mais, mas as empresas portuguesas precisam de maior coordenação.
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"As relações entre Portugal e a China cresceram muito nos últimos anos, mas eu acho que têm potencial maior para crescer", afirma Daniel Traça em entrevista à TSF.
Apesar de considerar positivo o nível de investimento chinês em Portugal, o economista avisa, por outro lado, que "as empresas portuguesas exportam menos [para a China] em termos relativos do que exportam outros países europeus". Daniel Traça considera, por isso, "que há um caminho a fazer para uma maior penetração das exportações portuguesas no mercado chinês".
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O diretor da Nova SBE identifica oportunidades em vários setores, "em que Portugal tem uma vantagem comparativa", mas defende que as empresas portuguesas devem "encontrar plataformas para se coordenarem umas com as outras", bem como "ajustar às preferências dos consumidores locais, encontrar canais de marketing apropriados, encontrar bons distribuidores".
Igualmente importante será "terem algum apoio do governo português, porque as relações com a China, ao contrário de muitos outros países, não se fazem só de relações bilaterais da empresa A com a empresa B", sublinha.
Nesta entrevista, Daniel Traça fala ainda do que representa a relação entre os dois países num contexto global, das transformações da China na última década e dos desafios que a economia chinesa enfrenta, nomeadamente para "evitar que a bolha rebente", depois do forte endividamento dos chineses ao sistema financeiro.
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