"Mais pequena do que um grão de sal." Mala microscópica vendida por 58 mil euros
A mala, inspirada num modelo da Louis Vuitton, é uma obra da companhia de arte americana MSCHF, conhecida por lucrar com a ironia e controvérsia do consumismo.
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O coletivo americano de arte MSCHF vendeu uma versão microscópica de uma mala, inspirada no modelo OnTheGo da Louis Vuitton, por 63 mil dólares (aproximadamente 58 mil euros). De acordo com o MSCHF, a mala é "mais pequena do que um grão de sal e é estreito o suficiente para passar num buraco de agulha".
A olho nu é possível perceber que a mala é verde florescente e tem alças, mas os detalhes apenas são visíveis através de um microscópio. O produto foi fabricado através de uma técnica de impressão 3D e surgiu como crítica às malas de luxo, que cada vez têm menos espaço.
"Existem malas grandes, malas normais e malas pequenas, mas esta é a palavra final em miniaturização de malas", pode ler-se numa publicação no Instagram.
"Eu acho que as malas são um objeto engraçado, porque derivam de algo rigorosamente funcional (...), mas hoje em dia tornou-se uma joia", disse o diretor criativo do MSCHF Kevin Wiesner, citado pelo jornal The New York Times.
A venda foi realizada na plataforma online de leilões Joopiter, fundada pelo produtor discográfico e designer norte-americano Pharrell Williams. Embora também seja o atual diretor criativo da Louis Vuitton, a companhia de arte não pediu autorização para utilizar o logótipo da marca.
"Nós seguimos a filosofia de 'pedir perdão, não permissão", defendeu Kevin Wiesner.
"O Pharrell adora chapéus grandes, por isso fizemos-lhe uma mala incrivelmente pequena", acrescentou.
O MSCHF - fundado em 2019 e sediado em Brooklyn, Nova Iorque - tem lucrado com a ironia e controvérsia do consumismo.
Recentemente, em 2021, o grupo foi processado pela Nike pelo uso não oficial da marca na produção das "Sapatilhas Satânicas", uma colaboração com o artista Lil Nas X. Inspiradas no modelo 666.º da Nike, a sola era vermelha como as gotas de sangue e tinha escrito "Luke 10:18", referindo-se ao capítulo 10, versículo 18 do Evangelho de São Lucas, onde está escrito que Satanás foi expulso do céu.
Servindo-se do argumento da "liberdade de expressão", a companhia de arte lançou também em 2019 as "Sapatilhas de Jesus", com o objetivo de ridicularizar a cultura de colaborações entre marcas de sapatilhas e empresas de outros setores. As sapatilhas, com uma cruz nos atacadores, um versículo da bíblia e água benta do Rio Jordão na sola, custavam quatro mil euros e foram todas vendidas.