Em testes no SC Braga. Colete de startup portuguesa quer revolucionar rendimento desportivo
O Sporting de Braga recebeu, de braços abertos, o projeto-piloto FOXG1, uma espécie de colete com tecnologia que recolhe informação sobre atletas de todos os tipos de desporto com o objetivo de melhorar a performance de cada um.
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Saber, ao detalhe, as características e condições físicas de cada atleta pode ajudar clubes e treinadores a aproveitarem, ao máximo, as mais-valias de cada um e conseguir, dentro de campo, os melhores resultados para toda a equipa. É isso que Pedro Ramos e Bernardo Galego defendem. Juntos fundaram recentemente a DETU TECH, uma empresa especializada em mobilidade humana, que criou aquilo a que chamam de FOXG1. Uma espécie de colete com tecnologia que recolhe informação sobre atletas de todos os tipos de desporto com o objetivo de melhorar a performance de cada um.
"A nossa solução, em vez de estarmos a fazer uma instalação em cada jogador, propõe uma abordagem em cada campo. Isto leva a que quanto mais jogadores e atletas estiverem a treinar e a jogar em cada campo onde temos a tecnologia instalada, mais reduzido seja o custo. A nossa ideia é que não sejam só as equipas de primeira divisão que têm acesso a este tipo de tecnologia, mas todos os escalões, incluindo formação", explicou à TSF Pedro Ramos.
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O Sporting de Braga recebeu, de braços abertos, o projeto-piloto desta ideia. Está a ser testado nas camadas mais jovens, de formação, e sobretudo no futsal, onde atualmente a maioria das equipas só recorre à análise de dados através de vídeo.
"Especialmente nos escalões de formação vemos um reconhecimento muito grande. Os jogadores sentem-se importantes quando estão a utilizar a nossa tecnologia. No caso do futsal, não existe nenhuma solução semelhante à nossa. A única alternativa é a análise de vídeo. Sentem como uma melhoria que já vem tarde e quanto mais rápido tivermos uma versão final do nosso produto a funcionar com eles, melhor", contou o fundador do FOXG1.
No mercado português a recetividade tem sido "um pouco conservadora", por isso a Web Summit está a ser encarada como uma oportunidade para ganhar visibilidade internacional. Nestes dois primeiros dias os dois jovens empreendedores já tiveram oportunidade de abordar empresas desportivas do Brasil, Reino Unido e Arábia Saudita.
"A nossa abordagem passa muito por oferecer uma ferramenta que não só melhore e facilite o trabalho dos treinadores, mas que também sirva para toda a equipa técnica. Estamos a recolher dados que podem ser usados pela equipa médica, por exemplo, na previsão e prevenção de lesões e até na sua recuperação, quando necessário. Ao mesmo tempo estamos a pensar também numa versão em que os dados são disponibilizados e democratizados aos jogadores. Não são um ativo da equipa, da instituição desportiva, mas sim uma informação que pode ser usada também pelos jogadores na forma de relatórios", acrescentou.