Em 2010, por altura do Mundial de futebol na África do Sul, a TSF visitou a prisão de Robben Island, onde Nelson Mandela, que faleceu esta quinta-feira, esteve 18 anos preso.
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O repórter da TSF Ricardo Oliveira Duarte faz uma visita guiada a um dos locais mais importantes, em termos históricos da África do Sul, Robben Island, para onde os activistas anti-apartheid eram enviados como prisioneiros políticos.
O ambiente de descontracção e entusiasmo, estampado no rosto de quem sabe que vai visitar um dos locais mais importantes, em termos históricos da África do Sul, é bem diferente daquele que se vivia neste mesmo local há quase 50 anos.
Em 1961, os activistas anti-Apartheid começaram a ser enviados para Robben Island, como prisioneiros políticos.
Percorridos os cerca de 11 quilómetros que separam Robben Island da Cidade do Cabo, a visita começa com uma viagem pela ilha de autocarro.
Tobani, o guia que nos conta a história de Robben Island, que foi uma prisão, um hospital e colónia de leprosos, também um campo de treino e defesa durante a II Guerra Mundial deixa-nos alguns minutos depois.
A visita continua na prisão de máxima segurança conduzida por um antigo activista anti-Apartheid. Zhita Solomon, que esteve neste local preso durante 7 anos e meio, explica que ao chegarem à ilha, os homens perdiam o nome, passando a ser tratados apenas e só por um número.
O mais famoso foi o 46664 que depois de libertado recuperou o nome, Nélson Mandela. A cela onde viveu durante 27 anos, entre 1964 e 1990, é a única onde restam um balde que tinha de ser utilizado como casa de banho, uma tigela para a comida, uma pequena mesa e o tapete que servia de cama.
O espaço é exíguo não tem mais de 1 metro de largura por 2 de comprimento. A janela, a única que tem, dá para um pátio, onde os prisioneiros passavam boa parte do dia a partir pedra.
É nesse pátio que estão várias fotografias de antigos presos políticos, que depois de serem libertados, decidiram fazer de Robben Island um museu.
Zhita Solomon foi um dos mais de 300 presos que esteve em Robben Island e que decidiram que a melhor maneira de preservar a memória do que sofreram, mas também do que alcançaram era criar um Museu e abri-lo ao mundo. Desde 2005 que faz visitas guiadas à prisão de máxima segurança.