Fechados em hotéis e no Parlamento Europeu. A noite dos eurodeputados em Estrasburgo
Tiroteio na cidade onde está situada a sede do Parlamento Europeu obrigou eurodeputados a procurar abrigo nos locais mais próximos.
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O tiroteio da noite desta terça-feira, em Estrasburgo, cidade onde se localiza o Parlamento Europeu, apanhou de surpresa os eurodeputados, entre eles os portugueses que estão por esta altura na cidade. Nuno Melo, eurodeputado do CDS e Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, estavam em Estrasburgo quando tudo se desenrolou.
O deputado centrista estava, como contou à TSF, a cerca de 400 metros do local quando se apercebeu de "pessoas a correr e de carros de polícia a aparecerem e formarem uma espécie de perímetro de segurança".
Nuno Melo estava dentro de um carro quando recebeu a notícia de que tinha acontecido um "atentado". "Viemos para um hotel próximo onde ainda estou - basicamente - fechado. Ninguém sai nem ninguém entra", conta.
"Estávamos parados num semáforo quando começámos a aperceber-nos das movimentações. As pessoas que vinham a pé ordeiramente começaram a correr, os carros da polícia foram aparecendo", junto a uma das pontes que ligava diretamente à praça onde tudo terá acontecido.
"Os polícias vinham com lanternas, a apontar para dentro do carro - neste caso para a cara - para tentar identificar quem ia transitando." De seguida, o trânsito foi cortado dentro do perímetro de segurança e as pessoas foram impedidas de sair dos locais em que estavam.
"Para entrar no hotel tive que tocar várias vezes à campainha até que abriram a porta, depois de me identificarem pela voz", conta.
Paulo Rangel no interior do Parlamento
O deputado social-democrata estava no interior do Parlamento Europeu quando tudo aconteceu e, juntamente com outros eurodeputados, funcionários e visitantes, estava à espera de autorização para sair do edifício.
"Pode acontecer que tenhamos de ficar aqui uma parte importante da noite", explicava Paulo Rangel, num momento em que o atirador ainda não tinha sido encontrado.
"As pessoas estão deslocadas de Bruxelas em Estrasburgo, portanto estão a dormir em hotéis. A grande maioria deles são no centro, portanto não podem ir para os hotéis", dizia antes de, em inglês, resumir toda a situação num "wait and see (esperar para ver)."
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