Em entrevista à TSF, o diretor de comunicação da Fundação Saramago sublinha a importância do encontro de escritores proporcionado pelo FELPO como mais uma porta aberta na lusofonia e conta a história da viagem de Saramago à Bahia.
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É já este sábado que a Praça da Mariquita, em Salvador, acolhe a Troca de Livros, uma das iniciativas integradas no Festival da Língua Portuguesa (FELPO), e é com entusiasmo que Ricardo Viel, jornalista, autor e diretor de comunicação da Fundação José Saramago antecipa esse encontro de criadores, que, além do próprio, junta ainda nomes como Itamar Vieira Júnior, Paloma Amado e Sérgio Rodrigues.
"Eu acho que é uma ideia maravilhosa conseguir fazer um encontro que fuja da solenidade que é habitual nos festivais literários e que, por vezes, afasta um pouco as pessoas. Fazer uma troca de livros num sítio público onde as pessoas podem levar um livro, conversar sobre literatura e dar a sua opinião, eu acho excelente", diz Ricardo Viel.
Em entrevista à TSF, o jornalista afirma também que o local escolhido para a primeira edição do festival foi o ideal. "Uma pessoa que quer ter a mínima ideia do que é o Brasil e a cultura e a diversidade brasileiras tem de conhecer Salvador. Por isso, penso que fazer a primeira edição do FELPO aqui foi um acerto enorme".
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Autor do livro "Um País Levantado em Alegria", uma obra que celebra e relembra os vinte anos do Prémio Nobel da Literatura entregue a José Saramago, o jornalista paulista - que apenas pela segunda vez visita Salvador da Bahia - recorda que também o escritor português teve bons momentos em terras baianas, quando, em 1996, rumou até ao Brasil para receber o Prémio Camões. Uma viagem registada através de "um diário que a Pilar del Rio escreveu quando eles vieram", e que conta também a visita a Salvador "a convite de Jorge Amado" depois da cerimónia oficial em Brasília.
"O que fica daquele diário é a alegria e a felicidade que eles sentiram, a maneira como [José e Pilar] se sentiram tão bem e foram recebidos tão bem na Bahia. Estiveram com Caetano Veloso, com Gilberto Gil com o Carybé. Era 2 de fevereiro, Dia de Iemanjá, e eles foram ver as festividades no mar. O que fica desse diário é a alegria deles", assinala Ricardo Viel.
Uma alegria que o jornalista e autor quer ver também nos rostos de todos os que participarem na Troca de Livros deste sábado, no FELPO. "Pode soar um pouco infantil, mas o nosso objetivo é que as pessoas sejam felizes neste festival", afirma.
Sobre Salvador, na Bahia, Ricardo Viel concorda com a ideia de que é "um bom lugar para viver, para criar e para escrever", salientando "a paisagem e o clima" como condições favoráveis para a criação e produção literárias.
Este sábado, na capital baiana, é dia de "Espalhar a Língua, fazê-la passar de mão em mão". É esse o objectivo da Troca de Livros que decorre no Rio Vermelho, com o mote: "Traga um livro, deixe-o, e leve um novo para casa".
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