A Irmandade Muçulmana do Egipto anunciou hoje que mais de 450 dos seus membros iniciaram uma greve de fome para denunciar "o tratamento desumano" a que dizem estar sujeitos na prisão.
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«Vários prisioneiros políticos da Irmandade Muçulmana estão proibidos de receber visitas familiares, assistência jurídica, cuidados médicos», relata o influente grupo radical islamita - que apoiou o Presidente deposto Mohamed Morsi, eleito em fevereiro de 2011, na sequência da revolta popular que derrubou o regime de Hosni Moubarak, e acabou por ser deposto em 03 de julho deste ano - fez o anúncio através da sua conta na rede social Twitter.
Entre os grevistas de fome estão Khairat al-Chater, adjunto do guia supremo da confraria, Essam el-Erian, outro dirigente do movimento, o ex-deputado Mohamed Beltagi e Essam al-Haddad, conselheiro de Morsi quando era presidente.
A 3 de julho, na sequência de manifestações em massa de egípcios que exigiam a destituição do presidente eleito, o exército pôs fim ao ciclo de Morsi e instituiu um novo poder, controlado pelos militares, iniciando uma campanha de repressão contra a Irmandade Muçulmana, que já se saldou em mais de mil mortos e milhares de detidos.
Quase todos os elementos da direção da confraria, fundada há 85 anos, encontram-se atualmente atrás das grades e enfrentam acusações, nomeadamente pela morte de manifestantes anti-Morsi.