Na Turquia, pelo menos 59 pessoas foram presas e dezenas ficaram feridas, entre as quais 12 jornalistas, durante os confrontos que começaram no sábado e continuaram na noite de domingo.
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Os agentes usaram gás lacrimogéneo, canhões de água e balas de borracha contra os manifestantes.
O diário Hürriyet informou na sua edição de hoje de que entre os presos havia um cidadão estrangeiro e dois jornalistas.
Vários meios de comunicação turcos falam em agressões por parte da polícia a jornalistas, mesmo após mostrarem as suas identificações de imprensa.
Ali Ozyurt, membro da associação de médicos de Istambul, denunciou que um médico e um estudante de medicina foram presos quando tentavam prestar socorro aos feridos.
As cargas policiais começaram no sábado à tarde, primeiro na praça Taksim, e depois na rua Istiklal, a principal artéria comercial da cidade.
Naquela rua estavam concentradas centenas de pessoas, em resposta a uma convocação para uma marcha até ao parque Gezi, tomado há duas semanas pela polícia, uma zona verde em que se pretendia realizar construções e que acabou por desencadear, há mais de um mês, uma grande onda de protestos.
A manifestação de sábado pretendia retomar o parque, depois de uma sentença judicial ter anulado, por ser ilegal, um projeto urbanístico impulsionado pelo Governo turco e a autarquia de Istambul.
Em Ancara, aconteceu uma marcha em apoio aos manifestantes em Istambul, esperando-se que hoje os protestos também continuem na capital.
Os protestos, que começaram pela defesa do parque Gezi, converteram-se também em manifestações contra o regime turco, acusado de querer islamizar a sociedade.