Agência de Energia avisa que Europa corre risco de escassez de gás no inverno do próximo ano
Problema pode antecipar-se se a Rússia cortar completamente o fornecimento e a China aumentar as importações de gás natural liquefeito.
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A Europa corre o risco de vir a enfrentar uma escassez de gás no inverno de 2023-2024, alertou esta quinta-feira a Agência Internacional de Energia (AIE), que pede aos governos uma ação imediata para reduzir o impacto desta crise. De acordo com o relatório da entidade, que tem sede em Paris, a região pode deparar-se com um défice de 30 mil milhões de metros cúbicos de gás, necessários para "abastecer a sua economia e reabastecer os locais de armazenamento durante o verão de 2023, o que coloca em risco a sua preparação para o inverno de 2023-24".
Mas o alerta não se fica por aqui. A AIE avisa que o problema pode antecipar-se se a Rússia cortar completamente o fornecimento e a China aumentar as importações de gás natural liquefeito, do qual a Europa depende para substituir as importações da Rússia.
Moscovo reduziu drasticamente o envio de gás para a Europa como represália contra as sanções ocidentais pela guerra na Ucrânia, mas o continente conseguiu abastecer os pontos de armazenamento antes do inverno, com a Rússia a fornecer também 60 mil milhões de metros cúbicos de gás à Europa este ano. No entanto, a AIE destaca que é "altamente improvável" que Moscovo entregue a mesma quantidade em 2023, havendo o risco de interromper por completo os envios.
Segundo a agência, a Europa "precisa de adotar medidas de forma imediata" para evitar o risco de escassez no próximo ano.
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