França garante estar "determinada" em avançar com gasoduto acordado com Portugal e Espanha
Os primeiros-ministros de Portugal e França sublinham que o acordo recentemente alcançado não inviabiliza o transporte de energia elétrico anteriormente previsto.
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A França assegura que quer fazer cumprir, rapidamente, o acordo para o transporte de energia, alcançado com Portugal e Espanha. A garantia foi dada, este sábado, pela primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, que se encontrou, em Lisboa, com o primeiro-ministro português, António Costa, a propósito do encerramento da Temporada Cruzada Portugal-França 2022.
Em conferência de imprensa, os dois governantes sublinharam o compromisso de garantir uma maior independência energética para a Europa.
"Naturalmente, falámos das interligações entre os nossos dois países e com a Espanha, e eu assegurei ao primeiro-ministro António Costa a nossa determinação em avançar rapidamente, indo ao encontro do que foi acordado entre o Presidente Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros português e espanhol", declarou Elisabeth Borne.
O objetivo, afirma António Costa, é ter, muito em breve, uma proposta já delineada, para conseguir o financiamento europeu para o gasoduto.
"Será construído, quer em Portugal, quer em Espanha, já com capacidade para plena utilização por via do hidrogénio. Estamos a trabalhar para, na próxima reunião de dia 9, já podermos ter um projeto mais formatado, de modo a podermos obter o financiamento por parte da União Europeia", adiantou.
Um corredor que, sublinhou o primeiro-ministro, não põe em causa o transporte de energia elétrica. "Foi encontrado um acordo, mudando a trajetória que atravessava os Pirenéus, por uma solução que faz uma ligação marítima entre Barcelona e Marselha. Não são alternativas às ligações elétricas, são complementares das ligações elétricas - que sempre estiveram previstas e continuam a estar previstas", esclareceu.
Ainda assim, a primeira-ministra francesa nota que é preciso avançar, a nível europeu, com mudanças nas regras do mercado da energia, para acautelar mais riscos, num momento em que, insistem os governantes, os valores partilhados pelos dois países têm de ser a base da união e da força europeias para combater a Rússia.
Para reforçar essa mesma relação, Portugal contará com uma visita do Presidente francês, Emmanuel Macron, em 2023, indicou António Costa.