Luis Bárcenas, antigo tesoureiro do Partido Popular espanhol nega a existência de um caderno sobre alegados subornos pagos a várias figuras de destaque, entre as quais Mariano Rajoy.
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O homem que está no centro do furacão político em Espanha garantiu ontem à noite, em entrevista ao canal 13 TV, que os documentos revelados na semana passada pelo jornal El País são falsos.
O antigo tesoureiro do Partido Popular (PP) negou a existência e autoria do caderno divulgado pelo jornal espanhol, onde alegadamente constam pagamentos regulares aos principais dirigentes do partido entre 1990 e 2009.
Bárcenas mostrou-se disposto a apresentar «qualquer prova caligráfica ou poligráfica» que demonstre a «falsidade do publicado» e negou ser a fonte dos documentos: «O caderno não existe. Nem existiu. E não é a minha letra».
Para este ex-dirigente do Partido Popular, está em curso uma operação que visa o derrube do Governo. Bárcenas afirmou que existe uma «operação de acosso e derrube contra o partido e especialmente contra (o chefe do Governo) Mariano Rajoy, orquestrada por quem não tem outra forma de chegar ao poder».
Bárcenas negou a autoria dos apontamentos, mas não negou a existência de alegados pagamentos irregulares. Ainda em defesa de Mariano Rajoy e de todos os dirigentes implicados no escândalo político, Luis Bárcenas garantiu que nenhum recebeu dinheiro proveniente de donativos feitos ao PP e negou a existência de uma conta corrente onde este dinheiro seria depositado.
Se pudesse voltar atrás, Bárcenas diz que voltaria a fazer tudo igual e aguarda com confiança o desenrolar do caso na Justiça.
O vice-secretário de Organização do PP espanhol anunciou na segunda-feira que o partido vai avançar com ações legais contra quem atribua, filtre ou publique informações sobre supostas irregularidades na contabilidade do partido, incluído o seu ex-tesoureiro.
O "caso Bárcenas" partiu de documentos publicados pelo jornal El Pais, identificados como «os papéis secretos de (Luis) Bárcenas», o, que alegadamente demonstram pagamentos aos principais dirigentes do partido entre 1990 e 2009.
No sábado, Mariano Rajoy assegurou, numa declaração sem direito a perguntas, que vai tornar públicas todas as suas declarações de rendimento e património para demonstrar que não tem «nada a esconder» e que «nunca recebeu dinheiro "negro"».
No domingo, o líder socialista espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba, pediu a Mariano Rajoy que se demita devido ao caso.