Apedrejar homossexuais até à morte? O mundo responde ao Brunei com apelo ao boicote dos seus hotéis
Hotéis de luxo por todo o mundo estão a ressentir-se desde que o Brunei pôs em vigor o novo código penal, que prevê que relações sexuais de casais gays ou adultério sejam punidos com morte por apedrejamento. Várias celebridades fizeram um apelo ao boicote e os hotéis controlados pelo sultão já se ressentem.
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A CNN revela que há hotéis de luxo a suspender as suas contas nas redes sociais depois de serem alvo de críticas ferozes, no seguimento da aprovação no Brunei da lei que pune com pena de morte por apedrejamento relações sexuais entre pessoa do mesmo sexo ou que cometam adultério. O famoso ator norte-americano George Clooney apelou ao boicote destes alojamentos controlados pelo Sultão do Brunei.
Os hotéis em causa fazem parte da Dorchester Collection, que detém edifícios na Europa e nos Estados Unidos.
Numa publicação na sua página do Twitter, a empresa define-se como inclusiva e diversa e garante que "não toleramos qualquer forma de discriminação."
"Somos defensores de uma comunicação aberta e transparente, mas, relutantemente, desativámos as redes sociais do nosso hotel devido a abuso aos nossos colaboradores, a quem temos um dever de cuidar", esclarece a direção da cadeia de hotéis.
Esta quinta-feira, quem pesquisasse no Twitter pelas contas dos diversos hotéis do grupo, não obteria resultados.
Em comunicado, a empresa afirma que as suas contas nas redes sociais não foram apagadas e que o grupo hoteleiro é defensor da igualdade, respeito e integridade, assim como da diversidade cultural quer dos funcionários, quer dos hóspedes.
Para além de George Clooney, celebridades como Ellen DeGeneres, Billie Jean King e Elton John, juntaram-se ao movimento de apelo ao boicote aos nove hotéis que o grupo detém, incluindo o The Dorchester, o 45 Park Lane, em Londres, o Hôtel Plaza Athénée e o Le Meurice, em Paris, e o Hotel Eden, em Roma.
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Na página oficial do grupo Dorchester, a empresa sublinha que os seus valores enquanto entidade coletiva são muito distintos da entidade que os controla. Enaltece que esta questão é política e religiosa e que não deveria afetar os seus 3.630 funcionários, nem os seus hotéis.
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