No caso de Simon, trata-se de convicções plenas. O discurso sai-lhe de rajada, sem hesitações na defesa da sua causa: o voto no "não" no referendo de domingo.
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A conversa mal tinha começado. Simon contava em inglês o que estava a fazer ali na praça Syntagma: "She just said that Tsipras destroyed the country".
Simon não esconde o jogo escudando-se no grego e traduz que a mulher que passou disse que Alexis Tsipras destruiu o país. O jovem militante do Syriza não está nada de acordo, mas também não acha que a responsabilidade seja toda dos credores.
"Não, não são apenas os outros que temos de culpar. Mas Tsipras prometeu ser mais duro a negociar, que faria isso pelo nosso país. Ele é o primeiro governante grego que o faz, que realmente luta pelo povo e não pelos bancos ou as grandes empresas. É por isso que apelamos ao voto no "não", defende.
Simon diz que é preciso desmascarar os que dizem que a desgraça chegou há seis meses e que com o "sim" o país vai começar a endireitar-se, seguindo a mesma austera receita.
"O desemprego abaixo dos 30 anos está nos 60% e no geral a taxa chega aos 25%. Temos dois milhões de pessoas que vivem abaixo do limiar de pobreza. A situação é muito má, pior não pode ficar. Não temos nada a perder, não podemos ter medo. Agora é a nossa vez, votamos pelas nossas vidas", acrescenta cheio de certezas.