Na declaração que fez hoje, numa varanda da embaixada do Equador em Londres, Assange dirigiu-se ao presidente Obama pedindo-lhe que faça o que está correto e desista das acusações.
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Como previsto, o fundador da WikiLeaks apareceu, esta tarde, à varanda da embaixada do Equador em Londres, para falar aos jornalistas e fazer a sua primeira aparição pública desde que se refugiou nas instalações consulares equatorianas na capital inglesa, a 19 de junho deste ano.
De camisa azul e gravata vermelha, Julian Assange começou a sua declaração afirmando que «estou aqui hoje porque não posso estar aí convosco hoje».
O fundador do WikiLeaks agradeceu o apoio que tem recebido dos países da América Latina, especialmente do Equador, que já lhe concedeu asilo político, e fez um apelo ao presidente norte-americano.
«Peço ao presidente Obama para fazer a coisa certa, os Estados Unidos têm de renunciar à caça às bruxas contra o WikiLeaks», frisou Assange, acrescentando que Washington deve deixar de ameaçar a organização.
Julian Assange revelou que a polícia britânica tentou entrar na passada quarta-feira na embaixada do Equador em Londres, mas desistiu devido à presença de apoiantes e jornalistas.
«Ouvi barulhos de uma equipa de polícias, no escuro da noite, que entrou pelas escadas de serviço da embaixada, mas sabiam que haveria testemunhas», assegurou Assange.
Sobre a ameaça britânica de retirar o estatuto diplomático à embaixada equatoriana e invadir as instalações, Assange disse que «se o Reino Unido não deitou fora os termos da Convenção de Viena foi porque o mundo estava a ver e o mundo estava a ver porque vocês estavam a ver».
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Já o advogado de Assange, o juiz espanhol Baltazar Garzon, que está suspenso de exercer a magistratura judicial no seu país, exigiu à Suécia garantias de que o fundador do WikiLeaks não será extraditado para os EUA.
Julian Assange quer evitar a extradição para a Suécia, e posteriormente para os Estados Unidos, onde teme ser condenado à pena de morte por espionagem, devido à divulgação pelo seu portal na Internet de 250 mil telegramas da diplomacia norte-americana.