O executivo de Atenas já criou uma comissão para acelerar o processo do referendo à segunda ajuda externa ao país.
Corpo do artigo
Após uma reunião do conselho de ministros, o governo grego decidiu, terça-feira, criar uma comissão que vai trabalhar nos detalhes do referendo.
O ministro grego do Interior revelou que a consulta aos gregos pode acontecer mesmo antes de estarem concluídos os pormenores deste novo pacote de ajuda, no valor de 130 mil milhões de euros, até 2014, incluindo também o perdão de metade da dívida por parte dos credores privados.
George Papandreou vai receber hoje à tarde, em Cannes, sérios avisos do presidente francês, Nicolas Sarkozy, da chanceler alemã, Angela Merkel, da directora-geral do FMI e de representantes das instituições europeias.
O chefe do governo grego vai ser informado de que, caso insista na realização do referendo ao novo plano de ajuda internacional, os líderes europeus não vão aceitar renegociar as condições para o segundo resgate da Grécia, ameaçando também bloquear as ajudas ao país.
Entretanto, a imprensa grega e algumas agências internacionais dão conta de que o governo grego está dividido quanto à realização de um referendo ao plano de resgate europeu, sendo que o seu apoio no parlamento é cada vez mais reduzido.
Fontes citadas pela agência AP disseram que, durante o conselho de ministros, pelo menos dois dos membros do Governo se manifestaram contra o referendo.
Um terceiro, o ministro das Finanças Evangelos Venizelos, não participou na reunião por ter sido hospitalizado. Fontes próximas do ministro, citadas pelo jornal Kathimerini, dizem que Venizelos não foi informado por Papandreou sobre a intenção de convocar um referendo.