O ex-ministro das Finanças Braga de Macedo entende que a actual titular da pasta das Finanças francesa, Cristine Lagarde, é a escolha certa para suceder a Dominique Strauss-Kahn à frente do Fundo Monetário Internacional (FMI).
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Não é economista, mas a forma como acompanhou e permitiu melhorar a situação na Zona Euro nos últimos tempos é um trunfo que pode valer muitos apoios, entende o antigo titular da pasta das Finanças.
Apesar de não ser economista, «tem outras características muito importantes», defendeu, frisando que a ida da governante francesa para uma organização onde as mulheres estão «em minoria seria uma grande inovação».
Braga de Macedo acredita que os Estados Unidos, com eleições no próximo ano, mantenham a tradição de ficar com a presidência do Banco Mundial e apoiem um europeu para o mais alto cargo no FMI, mesmo com os países emergentes a bater o pé.
«O peso desses países na economia mundial não cessa de crescer», falando-se muito da Ásia, do Brasil e de África, disse, considerando essa intenção dos países emergentes «perfeitamente razoável».
Dominique Strauss-Kahn, destruído por uma polémica pessoal, teve mérito na capacidade de adaptação do organismo à crise internacional, avaliou.
«Foi um ministro das Finanças ilustre em França e soube de facto trazer a ponderação, a experiência e o conhecimento dos mecanismos europeus que se impunham durante a grande crise que começou no fim de 2008», opinou.
A par da crise, o FMI ganhou novo fôlego quando em 2008 foi mandatado pelo G20 como avaliador das economias mais importantes do mundo, um mandato a que nenhuma outra organização internacional teve direito, destacou ainda o antigo governante português.