O novo enviado da ONU para a Síria considerou hoje que o regime de Assad deve reconhecer que a necessidade de mudança é «urgente» e deve atender às reivindicações «legítimas» do povo sírio.
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As declarações do veterano diplomata argelino Lakhdar Brahimi em entrevista à televisão Al-Arabiya coincidiram com uma nova ofensiva do exército e da aviação de Damasco em Aleppo, a segunda cidade do país, onde se registaram combates entre soldados e rebeldes nas ruas da zona velha da cidade, de acordo com ativistas.
«O governo sírio compreende melhor do que eu a amplitude do sofrimento que o povo sírio está a sentir», disse Brahimi à Al-Arabiya no primeiro dia das suas funções como novo enviado da ONU à Síria em substituição de Kofi Annan, que abandonou o cargo após fracasso do seu plano de seis pontos que incluía um cessar-fogo a partir de 12 de abril, mas que nunca foi cumprido pelas partes em conflito.
«A necessidade de mudança é urgente e necessária. As reivindicações legítimas do povo sírio devem ser respeitadas», referiu a partir de nova Iorque o antigo chefe da diplomacia de Argel, que garantiu ainda contar com o apoio «total e claro» do Conselho de Segurança da ONU.
No terreno, grupos da oposição referiram que pelo menos 100 pessoas foram hoje mortas na Síria durante ataques do exército de Damasco e combates entre as forças governamentais e os rebeldes, em particular na capital e arredores.
De acordo com ativistas dos direitos humanos, a rebelião na Síria, desencadeada em março de 2011 com os primeiros protestos pacíficos, evoluiu para uma guerra civil que já provocou pelo menos 20 mil mortos.