Bruxelas condenou esta quinta-feira, de forma implícita, a carga policial lançada ontem sobre centenas de refugiados que tentavam atravessar a fronteira da Hungria com Sérvia em Roszke Horgoš.
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Na conferência de imprensa diária, em Bruxelas, a porta-voz do executivo comunitário, Mina Andreeva afirmou que que a atuação do governo húngaro não está a contribuir para a solução do problema dos refugiados.
"Viu-se que os muros não fornecem soluções definitivas. Apenas mudam as rotas [dos refugiados] e conduzem à escalada das tensões. A maioria das pessoas que chega à Europa são sírios. São pessoas com genuína necessidade da nossa proteção. Não haverá muro que não se suba, nem mar que não se cruze, quando se foge à violência e ao terror. E, o presidente também disse que a violência também não é solução", afirmou.
A Comissão Europeia adiantou também que as novas leis de imigração na Hungria estão já na mira, por suspeitas de não se enquadrarem nas leis comunitárias. A Hungria enfrenta agora, por isso, o escrutínio comunitário às novas leis de imigração no país para ser verificado se são compatíveis com as leis europeias.
O porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, diz que Bruxelas continua a pressionar os Estados-membros para aprovarem a proposta para o acolhimento de 120 mil refugiados.
"O que queremos ver é um acordo, porque queremos ver resultados. Esta é uma matéria em que queremos ver um amplo e inclusivo acordo. Estamos falar de seres humanos, de pessoas, para serem realojadas na União Europeia. Por isso, o presidente espera um acordo inclusivo", disse.
O porta-voz reiterou ainda o carácter vinculativo das quotas obrigatórias, da proposta que já conseguiu hoje luz verde do Parlamento Europeu, permitindo atalhar caminho para uma aprovação formal na terça-feira.